Thursday, June 11, 2009

Francisco Resende-o romântico


Resistiu ao desenvolvimento do Naturalismo em Portugal, chegando a criticar negativamente Soares dos Reis e Pousão, quando, após a sua estadia em Paris, sofreram influência desta corrente artística.

A razão pela qual Resende abominava o Naturalismo pendia-se pela técnica, com a utilização do empaste, pela forma como era aplicada a cor e pela recusa da expressão exacerbada dos sentimentos.

Este artista mostrava-se um verdadeiro romântico na sua forma de ser e agir, efusivo e conflituoso. No entanto nem todas as suas obras representavam claramente a estética romântica. Para os seus retratos utilizava como principal meio a fotografia, dando especial relevância à semelhança com o retratado. Nas Paisagens também adoptava a mesma postura, tentando representar o que via com maior grau de fidelidade possível.

Apaixonado pelos costumes e tradições de Portugal, representou muitas cenas e figuras em ambientes típicos, principalmente do Norte do país. Apesar de neste género de pintura, bem como na pintura sentimental Francisco Resende demonstrar uma pincelada mais expressiva, ainda é possível notar a forte influência da Academia e a importância do desenho nas suas obras. Algo que parecia ser posto de lado quando esboçava nos seus diários de viagem, mostrando um lado mais descontraído, menos "duro" ao nível da linha.

A sua difícil vida pessoal, turbulenta vida profissional e desilusão constante com o rumo que a arte portuguesa estava a tomar, fez com que se tornasse numa pessoa inconformada, rancorosa e reaccionária, e ao mesmo tempo afastando-o da realidade do mundo e do ambiente em que sempre viveu.

Wednesday, June 10, 2009

Francisco Resende...(continuação)


Com a possibilidade de ocupar o cargo de Proprietário da Cadeira de Pintura Histórica, os colegas de Resende insurgiram-se, conseguindo com que realizasse um concurso para o respectivo cargo. Resende indignado recusou-se a participar.

Entre as suas viagens ao estrangeiro, expôs nas várias trienais da Academia Portuense de Belas Artes, com retratos e pintura de costumes e até escultura; escreve artigos críticos em diversas publicações nacionais; participa em exposições da Sociedade Promotora, nas Exposições Universais de Paris em 1867 e de 1878, na Exposição Universal de Londres em 1872 e na Exposição Internacional de Madrid em 1881.

Resende vivia das encomendas de retrato, mas também dedicou-se a outros géneros como, pintura histórica, de costumes ou popular, religiosa e sentimental.
Em 1881 retira-se do ensino obtendo a sua aposentação honrosa no ano seguinte. A 30 de Novembro de 1893 morre, no Porto, de doença prolongada.

De personalidade temperamental, boémio e extravagante, Resende era uma personagem conhecida na cidade do Porto. Tendo convivido com outras personalidades intelectuais da época como Ramalho Ortigão e Gomes Amorim.

Sunday, June 7, 2009

Francisco Resende- personalidade romântica antes de artista romântico


Francisco José Resende de Vasconcelos, nasceu a 9 de Dezembro de 1825 no Porto. Os seus primeiros desenhos datam de 1840, mas só um ano mais tarde ingressa na Academia Portuense de Belas Artes. Nesta instituição frequenta as disciplinas de Desenho e de Anatomia e Perspectiva de Silva Oierense e de Joaquim Rodrigues Braga.

Em 1849 termina o curso de pintura histórica e candidata-se a professor substituto da mesma disciplina, ocupando o cargo em 1851. Ano em frequenta o atelier de Auguste Roquemont, tornando-se numa influência determinante na sua obra, principalmente de costumes ou popular.

No ano seguinte conhece D. Fernando II, ao qual expressa o seu desejo de estudar fora de Portugal e oferece o quadro "Vareira vendendo sardinhas" ou "Ovarina", como é conhecido actualmente, pintado no atelier de Roquemont. O monarca atribui a Resende uma pensão em 1853, e com autorização do Governo parte para estudar com Adolphe Yvon em Paris. Aí frequenta o Museu do Louvre realizando cópias de obras clássicas de Rafael, Rubens, Ticiano, Ribera, Holbein, Ternier, Murillo, Veronese e Vernet, regressando a viagem só em 1888.